Salmo 51
- Compadece-te de mim, ó Deus, segundo a tua benignidade; e, segundo a multidão das tuas misericórdias, apaga as minhas transgressões.
- Lava-me completamente da minha iniqüidade e purifica-me do meu pecado.
- Pois eu conheço as minhas transgressões, e o meu pecado está sempre diante de mim.
- Pequei contra ti, contra ti somente, e fiz o que é mau perante os teus olhos, de maneira que serás tido por justo no teu falar e puro no teu julgar.
- Eu nasci na iniqüidade, e em pecado me concebeu minha mãe.
- Eis que te comprazes na verdade no íntimo e no recôndito me fazes conhecer a sabedoria.
- Purifica-me com hissopo, e ficarei limpo; lava-me, e ficarei mais alvo que a neve.
- Faze-me ouvir júbilo e alegria, para que exultem os ossos que esmagaste.
- Esconde o rosto dos meus pecados e apaga todas as minhas iniqüidades.
- Cria em mim, ó Deus, um coração puro e renova dentro de mim um espírito inabalável.
- Não me repulses da tua presença, nem me retires o teu Santo Espírito.
- Restitui-me a alegria da tua salvação e sustenta-me com um espírito voluntário.
- Então, ensinarei aos transgressores os teus caminhos, e os pecadores se converterão a ti.
- Livra-me dos crimes de sangue, ó Deus, Deus da minha salvação, e a minha língua exaltará a tua justiça.
- Abre, Senhor, os meus lábios, e a minha boca manifestará os teus louvores.
- Pois não te comprazes em sacrifícios; do contrário, eu tos daria; e não te agradas de holocaustos.
- Sacrifícios agradáveis a Deus são o espírito quebrantado; coração compungido e contrito, não o desprezarás, ó Deus.
- Faze bem a Sião, segundo a tua boa vontade; edifica os muros de Jerusalém.
- Então, te agradarás dos sacrifícios de justiça, dos holocaustos e das ofertas queimadas; e sobre o teu altar se oferecerão novilhos.
Mateus 23
- Então, falou Jesus às multidões e aos seus discípulos:
- Na cadeira de Moisés, se assentaram os escribas e os fariseus.
- Fazei e guardai, pois, tudo quanto eles vos disserem, porém não os imiteis nas suas obras; porque dizem e não fazem.
- Atam fardos pesados [e difíceis de carregar] e os põem sobre os ombros dos homens; entretanto, eles mesmos nem com o dedo querem movê-los.
- Praticam, porém, todas as suas obras com o fim de serem vistos dos homens; pois alargam os seus filactérios e alongam as suas franjas.
- Amam o primeiro lugar nos banquetes e as primeiras cadeiras nas sinagogas,
- as saudações nas praças e o serem chamados mestres pelos homens.
- Vós, porém, não sereis chamados mestres, porque um só é vosso Mestre, e vós todos sois irmãos.
- A ninguém sobre a terra chameis vosso pai; porque só um é vosso Pai, aquele que está nos céus.
- Nem sereis chamados guias, porque um só é vosso Guia, o Cristo.
- Mas o maior dentre vós será vosso servo.
- Quem a si mesmo se exaltar será humilhado; e quem a si mesmo se humilhar será exaltado.
- Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque fechais o reino dos céus diante dos homens; pois vós não entrais, nem deixais entrar os que estão entrando!
- [Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque devorais as casas das viúvas e, para o justificar, fazeis longas orações; por isso, sofrereis juízo muito mais severo!]
- Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque rodeais o mar e a terra para fazer um prosélito; e, uma vez feito, o tornais filho do inferno duas vezes mais do que vós!
- Ai de vós, guias cegos, que dizeis: Quem jurar pelo santuário, isso é nada; mas, se alguém jurar pelo ouro do santuário, fica obrigado pelo que jurou!
- Insensatos e cegos! Pois qual é maior: o ouro ou o santuário que santifica o ouro?
- E dizeis: Quem jurar pelo altar, isso é nada; quem, porém, jurar pela oferta que está sobre o altar fica obrigado pelo que jurou.
- Cegos! Pois qual é maior: a oferta ou o altar que santifica a oferta?
- Portanto, quem jurar pelo altar jura por ele e por tudo o que sobre ele está.
- Quem jurar pelo santuário jura por ele e por aquele que nele habita;
- e quem jurar pelo céu jura pelo trono de Deus e por aquele que no trono está sentado.
- Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho e tendes negligenciado os preceitos mais importantes da Lei: a justiça, a misericórdia e a fé; devíeis, porém, fazer estas coisas, sem omitir aquelas!
- Guias cegos, que coais o mosquito e engolis o camelo!
- Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque limpais o exterior do copo e do prato, mas estes, por dentro, estão cheios de rapina e intemperança!
- Fariseu cego, limpa primeiro o interior do copo, para que também o seu exterior fique limpo!
- Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque sois semelhantes aos sepulcros caiados, que, por fora, se mostram belos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda imundícia!
- Assim também vós exteriormente pareceis justos aos homens, mas, por dentro, estais cheios de hipocrisia e de iniqüidade.
- Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque edificais os sepulcros dos profetas, adornais os túmulos dos justos
- e dizeis: Se tivéssemos vivido nos dias de nossos pais, não teríamos sido seus cúmplices no sangue dos profetas!
- Assim, contra vós mesmos, testificais que sois filhos dos que mataram os profetas.
- Enchei vós, pois, a medida de vossos pais.
- Serpentes, raça de víboras! Como escapareis da condenação do inferno?
- Por isso, eis que eu vos envio profetas, sábios e escribas. A uns matareis e crucificareis; a outros açoitareis nas vossas sinagogas e perseguireis de cidade em cidade;
- para que sobre vós recaia todo o sangue justo derramado sobre a terra, desde o sangue do justo Abel até ao sangue de Zacarias, filho de Baraquias, a quem matastes entre o santuário e o altar.
- Em verdade vos digo que todas estas coisas hão de vir sobre a presente geração.
- Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te foram enviados! Quantas vezes quis eu reunir os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintinhos debaixo das asas, e vós não o quisestes!
- Eis que a vossa casa vos ficará deserta.
- Declaro-vos, pois, que, desde agora, já não me vereis, até que venhais a dizer: Bendito o que vem em nome do Senhor!
Lucas 15
- Aproximavam-se de Jesus todos os publicanos e pecadores para o ouvir.
- E murmuravam os fariseus e os escribas, dizendo: Este recebe pecadores e come com eles.
- Então, lhes propôs Jesus esta parábola:
- Qual, dentre vós, é o homem que, possuindo cem ovelhas e perdendo uma delas, não deixa no deserto as noventa e nove e vai em busca da que se perdeu, até encontrá-la?
- Achando-a, põe-na sobre os ombros, cheio de júbilo.
- E, indo para casa, reúne os amigos e vizinhos, dizendo-lhes: Alegrai-vos comigo, porque já achei a minha ovelha perdida.
- Digo-vos que, assim, haverá maior júbilo no céu por um pecador que se arrepende do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento.
- Ou qual é a mulher que, tendo dez dracmas, se perder uma, não acende a candeia, varre a casa e a procura diligentemente até encontrá-la?
- E, tendo-a achado, reúne as amigas e vizinhas, dizendo: Alegrai-vos comigo, porque achei a dracma que eu tinha perdido.
- Eu vos afirmo que, de igual modo, há júbilo diante dos anjos de Deus por um pecador que se arrepende.
- Continuou: Certo homem tinha dois filhos;
- o mais moço deles disse ao pai: Pai, dá-me a parte dos bens que me cabe. E ele lhes repartiu os haveres.
- Passados não muitos dias, o filho mais moço, ajuntando tudo o que era seu, partiu para uma terra distante e lá dissipou todos os seus bens, vivendo dissolutamente.
- Depois de ter consumido tudo, sobreveio àquele país uma grande fome, e ele começou a passar necessidade.
- Então, ele foi e se agregou a um dos cidadãos daquela terra, e este o mandou para os seus campos a guardar porcos.
- Ali, desejava ele fartar-se das alfarrobas que os porcos comiam; mas ninguém lhe dava nada.
- Então, caindo em si, disse: Quantos trabalhadores de meu pai têm pão com fartura, e eu aqui morro de fome!
- Levantar-me-ei, e irei ter com o meu pai, e lhe direi: Pai, pequei contra o céu e diante de ti;
- já não sou digno de ser chamado teu filho; trata-me como um dos teus trabalhadores.
- E, levantando-se, foi para seu pai. Vinha ele ainda longe, quando seu pai o avistou, e, compadecido dele, correndo, o abraçou, e beijou.
- E o filho lhe disse: Pai, pequei contra o céu e diante de ti; já não sou digno de ser chamado teu filho.
- O pai, porém, disse aos seus servos: Trazei depressa a melhor roupa, vesti-o, ponde-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés;
- trazei também e matai o novilho cevado. Comamos e regozijemo-nos,
- porque este meu filho estava morto e reviveu, estava perdido e foi achado. E começaram a regozijar-se.
- Ora, o filho mais velho estivera no campo; e, quando voltava, ao aproximar-se da casa, ouviu a música e as danças.
- Chamou um dos criados e perguntou-lhe que era aquilo.
- E ele informou: Veio teu irmão, e teu pai mandou matar o novilho cevado, porque o recuperou com saúde.
- Ele se indignou e não queria entrar; saindo, porém, o pai, procurava conciliá-lo.
- Mas ele respondeu a seu pai: Há tantos anos que te sirvo sem jamais transgredir uma ordem tua, e nunca me deste um cabrito sequer para alegrar-me com os meus amigos;
- vindo, porém, esse teu filho, que desperdiçou os teus bens com meretrizes, tu mandaste matar para ele o novilho cevado.
- Então, lhe respondeu o pai: Meu filho, tu sempre estás comigo; tudo o que é meu é teu.
- Entretanto, era preciso que nos regozijássemos e nos alegrássemos, porque esse teu irmão estava morto e reviveu, estava perdido e foi achado.
Filémon
- Paulo, prisioneiro de Cristo Jesus, e o irmão Timóteo, ao amado Filemom, também nosso colaborador,
- e à irmã Áfia, e a Arquipo, nosso companheiro de lutas, e à igreja que está em tua casa,
- graça e paz a vós outros, da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo.
- Dou graças ao meu Deus, lembrando-me, sempre, de ti nas minhas orações,
- estando ciente do teu amor e da fé que tens para com o Senhor Jesus e todos os santos,
- para que a comunhão da tua fé se torne eficiente no pleno conhecimento de todo bem que há em nós, para com Cristo.
- Pois, irmão, tive grande alegria e conforto no teu amor, porquanto o coração dos santos tem sido reanimado por teu intermédio.
- Pois bem, ainda que eu sinta plena liberdade em Cristo para te ordenar o que convém,
- prefiro, todavia, solicitar em nome do amor, sendo o que sou, Paulo, o velho e, agora, até prisioneiro de Cristo Jesus;
- sim, solicito-te em favor de meu filho Onésimo, que gerei entre algemas.
- Ele, antes, te foi inútil; atualmente, porém, é útil, a ti e a mim.
- Eu to envio de volta em pessoa, quero dizer, o meu próprio coração.
- Eu queria conservá-lo comigo mesmo para, em teu lugar, me servir nas algemas que carrego por causa do evangelho;
- nada, porém, quis fazer sem o teu consentimento, para que a tua bondade não venha a ser como que por obrigação, mas de livre vontade.
- Pois acredito que ele veio a ser afastado de ti temporariamente, a fim de que o recebas para sempre,
- não como escravo; antes, muito acima de escravo, como irmão caríssimo, especialmente de mim e, com maior razão, de ti, quer na carne, quer no Senhor.
- Se, portanto, me consideras companheiro, recebe-o, como se fosse a mim mesmo.
- E, se algum dano te fez ou se te deve alguma coisa, lança tudo em minha conta.
- Eu, Paulo, de próprio punho, o escrevo: Eu pagarei — para não te alegar que também tu me deves até a ti mesmo.
- Sim, irmão, que eu receba de ti, no Senhor, este benefício. Reanima-me o coração em Cristo.
- Certo, como estou, da tua obediência, eu te escrevo, sabendo que farás mais do que estou pedindo.
- E, ao mesmo tempo, prepara-me também pousada, pois espero que, por vossas orações, vos serei restituído.
- Saúdam-te Epafras, prisioneiro comigo, em Cristo Jesus,
- Marcos, Aristarco, Demas e Lucas, meus cooperadores.
- A graça do Senhor Jesus Cristo seja com o vosso espírito.